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domingo, 19 de junho de 2011

Aproveitando a paisagem urbana

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Arte de rua não é apenas modificar o que existe, a prova disso é o Trase, um artista de Cingapura que acredita ser ativista de arte de rua desde que começou a grafitar, em 1999.
O cara é artista em tempo integral e leva a arte a sério, buscando seu amadurecimento e crescimento. Depois de ganhar alguns prêmio e finalizar seus estudos, Trase tem exibido seu trabalho na Ásia, Alemanha e EUA.
Utilizando-se de sombras ou obstáculos que normalmente incomodariam os grafiteiros, o artista faz seu stencil participar da paisagem urbana como se sempre tivesse estado ali, no lugar escolhido para sua intervenção.
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No escurinho do cinema

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Há 12 anos o rap perdeu um de seus representantes mais notáveis: Notorious B.I.G. O cara foi reconhecido, antes e depois de sua morte, como melhor cantor de rap e melhor álbum do ano com “Ready to Die” no VMA de 1994, melhor vídeo com “Hypnotize” no VMA de 1997, melhor música do ano com “Mo’ Money Mo’ Problems” no VMA de 1998 e a melhor música do ano – “Nasty Girl” – no VMA de 2005.
Aos 25 anos, o rapper se transformou na principal figura da Costa Leste dos Estados Unidos e vendeu mais de 32 milhões de discos em quatro anos de carreira. No auge de seu sucesso foi assassinado na saída de uma premiação em Los Angeles.
O filme “Notorious B.I.G. – Nenhum Sonho É Grande Demais” conta a trajetória de Christopher Wallace, um aluno exemplar de uma escola católica, adolescente que se transformou em traficante de drogas e a mudança repentina causada pela gravidez de Jan, sua namorada.
A obra é produzida por Voletta Wallace, mãe de B.I.G., e conta a história do astro até a fase do estrelato, passando pelas constantes e crescentes exigências da paternidade, casamento e carreira musical. Quem interpreta o monstro do rap é Christopher Jordan Wallace, seu próprio filho.
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Em São Paulo você poderá assistir ao filme em primeira mão no Cine Olido. Pra quem não é de Sampa, a solução é torcer por exibições na sua cidade ou esperar o lançamento do DVD, que rola em 21 de outubro e tem extras como “A anatomia de uma apresentação de B.I.G” e “Festas e Sacanagens”.

Restart: "Não sabemos se vamos usar colorido pra sempre"

Pe Lanza e Thomas revelam paixão pelo futebol, abrem o jogo sobre dinheiro, fama e as brigas na estrada


Pode-se amar ou odiar, mas uma coisa é certa: você já ouviu falar da bandaRestart. Eles estão nas rádios, em diversos produtos, nos “trending topics” do Twitter, no grito das fãs histéricas e até no gramado. Como assim? Pela primeira vez os meninos paulistas estão participando do campeonatoRockGol, da MTV, que será exibido a partir de 25 junho na emissora. “Confesso que há quase três meses estamos treinando para não darmos vexame, mas não estamos conseguindo”, afirma Pe Lanza.
Investindo fortemente na marca Restart – com um CD gravado, já foram lançados biografia, DVD e um filme está em produção -, os garotos insistem em afirmar que estão com o pé no chão. “Ainda há muito caminho para o sucesso”, diz Thomas, baterista. Pe Lanza completa: “Nossos pais trabalham até hoje. Todo mundo continua seguindo a vida normal. Não estamos ricos”, afirma ele, que prefere não revelar a marca do carro adquirido, recentemente, por medo de sequestro.
Apesar da simpatia, o clima muda quando o assunto é falar sobre a vida pessoal. Ao ser perguntado por que a namorada, a atriz Giovanna Lancellotti, não o estava acompanhando no evento, Pe Lanza foi seco: “Ela está trabalhando”. Já sobre um suposto anel de compromisso entre os dois, o vocalista nem se dá ao trabalho de responder. Vira as costas e sai andando. Resta ao baterista Thomas, suavizar a situação: “Eu tenho um compromisso com todas as minhas fãs, lindas”, brinca.
Independente dos assuntos particulares, uma coisa é certa: os meninos aproveitam a boa fase para realizar sonhos e pensar no futuro. A banda, segundo os próprios, continuará firme e forte por muito tempo. Já não se pode dizer o mesmo das suas famosas calças coloridas. “A gente não é obrigado a nada. Vamos fazendo o que sentimos vontade”, afirma Thomas.Pe Lanza concorda: “Não sei se amanhã vamos querer tirar foto com todas as roupas pretas. Estamos deixando rolar.”
Confira abaixo o bate-papo com o Pe Lanza e o Thomas do Restart:
iG: Vocês jogam futebol?
Pe Lanza:
 A gente sempre gostou de jogar bola. Mas brincávamos no colégio. Inclusive, a gente se conheceu em uma pelada, né? Falei: ‘Ah, meu. Olha aquele moleque jogando bola ali. Loirinho, olha só’. Eu tinha topetinho e era gordinho. 
Thomas: Eu usava uma faixa tipo boleiro (risos).
Pe Lanza: Eu também tinha o cabelo comprido e já usei essas faixas. (risos) Então, hoje em dia, nós jogamos bola toda quarta-feira. Nós juntamos um grupo de amigos... O pessoal do NX Zero e Strike às vezes joga também. Sempre quando temos um dia livre na semana, nos juntamos para dar uma suada e fazer um exercício físico. Faz bem para gente e para a nossa saúde. Mas, confesso que há quase três meses estamos treinando para o RockGolpara não darmos vexame na frente de todo mundo, mas não estamos conseguindo.
Thomas: É isso que ia falar. Não que a gente esteja jogando bem, mas alguma coisa a gente tentou. 
Pe Lanza: Ah! Vexame a gente não está dando, né? Um passe, pelo menos, a gente já deu.
Thomas: Iniciativa para treinar, nós tivemos. Mas não adiantou muito...
Pe Lanza: Não. Estamos bem, mas quero pedir para nossas fãs não se orgulharem da gente pela parte do futebol. Vamos ouvir música, pois cada vez mais, vamos lançar coisas legais.
iG: Torcem para que time?
Pe Lanza:
 Precisa perguntar? (O cantor beija o escudo da camisa que está vestindo). O Thomaz é corinthiano também, mas não quer falar. Está com vergonha. Brincadeira...
Thomas: Quando eu era mais novo, era são-paulino roxo. Quando ele perdia, ficava mal e chorava. Ia, escondido da minha mãe, em todos os jogos com o meu primo. Eu mentia para ela. (O baterista olha para a câmera e fala: ‘pessoal, não façam isso’). Falava que ia jogar bola no Ibirapuera com o meu primo e ia para o estádio. Lembro que era tão pequeno, que passava por debaixo da catraca.  
Pe Lanza: Não passem por debaixo da catraca também. Pelo amor de Deus. Senão a polícia vai atrás de vocês. 
Thomas: Não sou um exemplo legal, mas enfim. Já fui a mais de 200 jogos do São Paulo.
Pe Lanza: Mas vale tudo por futebol, né? É amor...
Thomas: (Olha de novo para a câmera de vídeo) Se vocês nunca foram a um estádio e não gostam de futebol, vale a pena assistir a um jogo e ver a emoção da galera gritando. É muito diferente do que ver pela TV.
iG: Vocês também gostam de jogar futebol no vídeo-game?
Pe Lanza:
 A gente joga muito vídeo-game. A gente adora. Tá vendo esse menino aqui do meu lado? (Fala para a câmera: ‘dá um close nessa carinha...’). Esse rapaz é freguês velho. Inclusive, o nome da banda...
Thomas: Isso. Agora, conta que você perdeu.
Pe Lanza: Mas foi só nesse dia. O nome da banda surgiu de um nome de um vídeo-game. A gente estava jogando “Winning Eleven” e não agüentava mais perder. Aí, falei: ‘ aperta o restart aí, chega de perder’. Claro, que não estava jogando com o Thomaz (risos). Mas estávamos procurando um nome para banda e era um momento de transição. Um recomeço. Aí, tudo se encaixou. É isso que eu falo: eles têm de me agradecer muito por ter perdido naquele dia. Há males que vem para o bem. Em toda derrota, sai um vitorioso.
iG: Vocês já mostraram que adoram ficar pegando no pé, um do outro. E na estrada? Vocês brigam?
Thomas: É como um casamento, né? A gente é amigo há 11 anos e é impossível não haver desentendimentos. Mas não é aquela briga séria. É como irmãos...
Pe Lanza: A gente discute e daqui a uma hora, percebemos que falamos besteira e esquecemos tudo.
Thomas: Eu convivo mais com ele do que com a minha família, sabe? Mas nossas brigas são relacionadas aos shows e músicas. Já estamos acostumados com o jeito um do outro.
iG: Em pouco tempo, vocês conquistaram um grande sucesso. Como fazer para mantê-lo?
Thomas:
 Sucesso é uma palavra muito forte porque somos muito novos e estamos com pouco tempo de banda. É legal sair na rua e ser reconhecido. Mas ainda há muito caminho para o sucesso. Tem muito para ser feito e conquistar. Estamos pé no chão...
iG: O que falta ser feito?
Thomas:
 A gente está agradando uma galera, mas falta muita estrada e tempo para considerarmos que temos sucesso. Banda de sucesso é o Skank. Olha o Samuel Rosa, aí!
iG: A maioria dos fãs de Restart é um público jovem. Vocês já pensam em como vai ser quando eles crescerem? Pensam em abandonar o estilo ‘happy rock’ e as calças coloridas?
Thomas:
 Acho que é natural. A gente cresceu com os nossos ídolos. Por exemplo, quando eu escutava NXZero e outras bandas... Fui acompanhando a evolução deles. Acho que vai ser a mesma coisa com a gente. Se nós vamos usar calça colorida para sempre, não sei. Pode ser que daqui a um ano, um mês ou um dia a gente mude. Não somos obrigados a fazer nada. Fazemos o que sentimos vontade.
Pe Lanza: Não sei se amanhã vamos querer tirar foto com todas as roupas pretas. Estamos deixando rolar. Acabamos de lançar uma música “porrada”: “Meu Mundo” e temos outras tantas. O refrão é grudento, mas é a nossa cara. Conforme mostrarmos para a galera a nossa evolução, vamos consagrar a marca Restart. Queremos evoluir com a nossa galera.
iG: Muitos músicos, após fazer sucesso com as suas bandas, lançam carreiras solo. Vocês pensam nisso?
Thomas:
 Não somos ninguém sozinho. Gostamos da banda...
Pe Lanza: A gente se juntou porque temos uma enorme química tocando juntos. As pessoas gostam é de falar.
iG: O vocalista do Strike falou em entrevista, ao iG Jovem, que “não vê revolução musical” no happy rock e no Restart. O que eles acham sobre isso?
Pe Lanza:
 Eu também não vi nenhuma revolução musical no pop punk, que é o estilo musical que o Strike faz e que monte de gente fez há dez anos. Cada banda tem o seu estilo e vai acrescentando elementos novos ao som. Como ele vai mudar o pop punk?
Thomas: Como vamos mudar o rock?
Pe Lanza: Não tem como mudar o rock. O happy rock é um nome que inventamos para nos definir. Não temos pretensão em fazer uma revolução musical e acho que falar isso é besteira porque quanto mais um artista toca e faz show, mais evolui. Nós somos nós mesmos e fazemos o que gostamos. Cada um é cada um. Eu só não tenho preconceitos.
iG: Estão preparando alguma novidade?
Pe Lanza:
 Mês que vem sai DVD, ao vivo, do projeto Happy Rock Sunday. Estamos indo para a nossa oitava ou nona edição da matinê.
Thomas: Também já recebemos o roteiro do nosso filme. Ainda não começamos a fazer aulas de interpretação por causa da agenda, que está bem puxada. Mas vamos fazer porque vamos começar a gravar em agosto. Acho que vai demorar uns seis a sete meses para filmarmos tudo.
iG: Como vai ser o filme?
Thomas:
 Não posso falar sobre o roteiro porque queremos surpresa. É uma ficção, ou seja, não iremos fazer nada parecido com o filme do Justin Bieber – como alguns comentaram. Tem um pouco da nossa biografia. Temos influências do filme “Os Reis do Ié Ié Ié”, dos Beatles, e de vários outros. É uma coisa Disney: que você ri, chora e canta.
iG: Haverá alguma participação especial?
Thomas:
 Acho que sim. Queremos que alguns atores participem do projeto, mas não posso falar nada. Não sei se eles vão fechar. Tem toda uma burocracia...
iG: Cada vez mais, vocês estão investindo na marca Restart...
Thomas:
 A gente fez isso, também, por uma necessidade dos nossos fãs. Por exemplo, nós fazíamos 30 camisetas para serem vendidas durante os nossos shows. Todas eram vendidas. Então fizemos 90. A mesma coisa aconteceu. Aí, fomos conforme a música (risos). Sempre tentamos lançar produtos novos a cada mês. Tem estojo, chaveiro etc.
iG: É verdade que vocês compraram o Mc Donald’s da Rebouças, em São Paulo?
Thomas:
 Seria bom, mas não. É uma boa ideia. É uma empresa bacana, mas uma franquia do Mc Donalds deve custar quanto? Um milhão? Ainda não estamos ganhando isso (risos).
iG: O que vocês fazem com o dinheiro que ganham?
Thomas:
 As nossas famílias nos auxiliam. A minha mãe, por exemplo, trabalhou com administração e me ajuda muito. Mas o dinheiro é meu, né? Ela me dá uns toques: ‘filho, presta atenção nisso’ ou ‘não vale a pena gastar naquilo’.
iG: Vocês ainda ganham mesada?
Thomas:
 Nunca ganhei mesada. Sempre trabalhei para ajudar os meus pais. Acho que nenhum de nós já teve “paitrocínio”, na verdade. 
Pe Lanza: Claro, eles ajudavam com um dinheirinho para o estúdio, ingressos e tal. Mas nunca fomos bancados. Inclusive, hoje, temos a honra de dizer que a gente consegue ajudar a nossa família financeiramente. 
Thomas: Eu tirei minha mãe da onde morávamos e fomos para um lugar melhor. Minha casa era perto da favela, no Butantã. O clima era meio pesado e a galera começou a olhar diferente, meio que ‘ih! Eles estão ganhando dinheiro’. Também conseguimos pagar aquelas contas mal resolvidas.
Pe Lanza: Sempre que a gente pode ajudar, a gente tenta. Pô, nossos pais trabalham até hoje. Todo mundo continua seguindo a vida normal. Não estamos ricos. A nossa diferença, de hoje e de dez anos atrás, é que agora ganhamos renda com a nossa banda. O que não acontecia na época. 
Thomas: Não fizemos a banda para ganhar dinheiro. Queríamos nos divertir...
iG: Já conseguiram realizar algum sonho de consumo?
Thomas:
 Já! Eu comprei o meu carro e ele o dele...
iG: Vocês podem dizer qual?
Pe Lanza:
 Não pode, pelo amor de Deus. Se não eles vão querer me seqüestrar (risos). Teve uma revista que colocou. Eu tinha acabado de comprá-lo e fui ligar para minha mãe para contar, mas não me liguei que o repórter tava do lado. Mas também achei que ele não iria se ligar porque não estava gravando. Bem, no primeiro parágrafo tinha o carro, a marca e o ano. Só faltava o valor...
iG: Mas vocês já sofreram alguma ameaça de seqüestro?
Thomas:
 Não, graças a Deus.
Pe Lanza: Deus está com a gente. Quem vai estar contra. Mas a gente nem liga muito para carro e essas coisas. Estamos garantindo o nosso futuro para daqui a alguns anos, comprarmos os nossos apartamentos e os nossos sonhos.